sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

"O SAPO E A COBRA"

 
  Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.
  - Olá! O que você está fazendo estirada na estrada?
  - Estou me esquentando aqui no Sol. Sou uma cobrinha, e você?
  - Um sapo. Vamos brincar?
  E eles brincaram a manhã toda no mato. 
  -Vou ensinar você a pular.
  E eles pularam a tarde toda pela estrada.
  - Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco.
  Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.
  - Obrigada por me ensinar a pular.
  - Obrigada por me ensinar a subir na árvore.
  Em casa, o sapinho mostrou a mãe que sabia rastejar.
  Quem ensinou isso a você?
  - A cobra, minha amiga.
  - Você não sabe que a família da cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí  Não fica bem.
 Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.
  - Quem ensinou isso a você? 
  - O sapo, meu amigo.
  - Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu com a família do sapo?
  - Da próxima vez, agarre o sapo e bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso!
  No dia seguinte, cada um ficou em seu canto.
  - Acho  não posso rastejar com você hoje.
  A cobrinha olhou, lembrou do conselho de sua mãe e pensou: "Se ele chegar perto, eu pulo e o devoro."
  Mas lembrou-se da alegria da véspera dos pulos que aprendeu com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato.
  Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas ficavam sempre ao Sol, pensando no único dia em que foram amigos."  


                                    (Tradução de Luiz Raul Machado)

Esta fábula do Folclore Africano faz-nos refletir sobre como o mundo seria melhor sem os preconceitos que afastam as pessoas.


Imagem do Google




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