A historinha a seguir, começou com Chico Bento dando uma carona de carroça à Rosinha, sua namorada.
- Brigada pela carona, Chico!
- Di nada! Respondeu ele.
Quando de repente... o burrico parou.
- Ué! Parô di andá! - Disse Rosinha.
- Impacô! - Falou Chico para Rosinha.
Em seguida, se dirigindo ao burrico, ordenou-lhe:
-Vamo! Eia! Paga a arfafa qui ocê come!
E ele não saiu do lugar.
Nuvens escuras surgiram no Céu, chamando a atenção de Rosinha que apontando, falou:
- Vem vino um temporar aí!
- Nossa! É mermo! - Confirmou Chico Bento.
Enquanto seu burro continuava empacado, Chico passou a mão no chicote e açoitou-o, gritando:
- Eia, priguiçoso! Eiaaa!
- Chico! Pur que ocê tá batendo no coitadinho? - Expressou muito zangada, Rosinha.
- Mais, Rosinha... É ansim qui a gente faiz prele andá! - Falou novamente, mais calmo.
Enquanto muito aborrecida, apontando-lhe o dedo, disse Rosinha:
- Ah, é? Ocê gostaria di tá puxano a carroça i ele aqui te bateno?
- Quê? Eu isperto como sõ, puxano carroça? Ah, ah, ah, ah...
Em seguida, ouviu-se um trovão interrompendo os dois: CABRUM!!!
Muito assustada, Rosinha, aos berros, disse assim:
- Eu num quero mi moiá! Faiz arguma coisa!
Num ímpeto, a toda pressa, Chico desceu. subiu o burro, colocando-o em seu lugar e tomou as rédeas da carroça, bradando toda sua raiva, saiu puxando-a... Enquanto a chuva começava a cair com toda a força.
(Do gibi "CHICO BENTO" de nº 13)
OBSERVAÇÕES
Mais uma vez estou aqui pedindo licença e ao mesmo tempo prestigiando um célebre escritor e cartunista, conhecido e amado pelas crianças e muito admirado pelo público adulto.
Para transcrever a história de apenas 2 páginas e 2 personagens, transformando "quadrinhos" em conto/narrativa precisei fazer pequenas adaptações, sendo, no entanto, cem por cento fiel às falas originais dos balões (todas iniciadas por travessão) e às imagens dos doze quadrinhos que compõem a referida história.
Na oportunidade venho agradecer também por permitir-me dar vazão ao dom de escrever que tenho desde a mais tenra idade. MUITO OBRIGADA! (Sônia Lúcia)
CONCLUSÃO PESSOAL
A historinha vem nos provar que não devemos contar vantagem jamais, dizendo de alguma forma o provérbio: "Dessa água não beberei.", sob o risco de nos contradizermos futuramente, confirmando um outro provérbio que diz mais ou menos assim: A boca fala e alguma coisa em nós, paga. Ou então: "Falou. Pagou." Há ainda um outro dito popular que afirma: "Não devemos jogar farofa no ventilador." Todos significam que a reflexão deve vir antes da fala, para que não se corra o risco de passarmos por situações vexatórias que antes fora enfaticamente negadas por nós mesmos.
(Sônia Lúcia)
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