quarta-feira, 29 de maio de 2019

UM BEM-TE-VI DANÇARINO

  

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   Vivia um  passarinho a dançar com seus próprios cantos. E assim, todos os dias, ensolarados ou não,  lá estava ele cantando e bailando em círculo. Aparecendo, então, uma águia que ficou a espreitá-lo à distância. E como achara muito estranho tal comportamento, observou, observou... por longo tempo. Gostava do que via, queria chegar perto, mas sabia que iria assustá-lo. E "inteligente" como é, achou mais prudente pensar antes de se aproximar, pois achava-o interessante e queria dizer alguma coisa para aquele amiguinho dançarino de asas como ele.

   Passaram-se alguns dias. E dia sim, dia não, lá estava aquela águia observando o bem-te-vi, tão pequenininho a dançar. Até que um dia o encontrou triste, o que lhe encorajou a se aproximar. Viu lágrimas nos olhos do pequeno cantor. Foi chegando mais perto até espantar o bichinho. Voltou atrás e inquiriu de longe para não assustá-lo mais: - "por que choras bem-te-vi. Em que posso ajudá-lo"? Sem obter resposta continuou:  -"não fique com medo. Sou da paz, pois venho te observando desde a última primavera. Teus cantos são muito bonitos. Dom maravilhoso este que Deus deu a tua espécie"


  O bem-te-vi arredondou mais seus olhos, com certa expressividade no olhar, e começou a falar com o novo amigo:  
   - "Sabe, eu era feliz. Até poucos dias atrás tinha a minha família, morávamos todos juntos, mas só eu tive meu dom duplicado: cantar e dançar. Porém chegaram uns homens maus e atearam fogo nas árvores de quase toda a floresta. Minha casa não escapou do ataque, só eu sobrevivi porque apanhava gravetos longe dali para os meus filhotes. Desde então, não sei mais cantar... chuif"...
   - "Amigo, de nada adianta ficar revoltado, pois não tens mais como recuperar a tua família. Mas deves viver o teu luto com resignação, dando-se um tempo, embora não viva só para ele. Dê sequência a sua vida que por si só, já é muito curta. Pensa que um dia, em breve, estarás entre os que foram tua família aqui". 
   E continuou: - "Se concordares, te levarei  para um lugar onde os solitários ficam por um período, até se ajustarem emocional e fisicamente à sua nova vida".
   E com a ajuda de D. Águia e de amigos diversos, certo tempo depois, estava refeito, já tendo feito amizades e nova família. Nosso animalzinho voltou novamente a cantar e dançar como antes. 


Moral da estória:  
                  
      O tempo consegue consertar  todos os desacertos da vida, desde que saibamos respeitá-lo, esperando com paciência o momento certo.
                                    Aut.: Sônia Lúcia

Obs.: À autora todos os direitos.


Imagem do Google, apenas  com finalidade ilustrativa.