Tarde cândida e alegre. Passarinho cinzento pousa num galho, balouçado pelos ventos brandos.
Olha em frente e vê uma flor em botão.
O passarinho cinzento diz-lhe:
- Vejo que guardas nas entranhas muita beleza e muito perfume. Observo que conduzes grandes valores. Advirto-te, antes do teu desabrochar, para o necessário e real aproveitamento da tua vida. Nada ofereças, minha flor, sem a indispensável reciprocidade. A natureza não passa de enorme máquina a refletir o espírito do comércio. Dar e receber - eis o lema.
- A flor humilde respondeu:
- Considero interessantes tuas palavras, contudo não posso e não devo obedecê-las. Para vir ao mundo, nada paguei; do que trago comigo, nada comprei, tudo é bênção da vida. Apenas um impulso move minhas manifestações diante do Universo: dar! dar sempre, incondicionalmente.
O passarinho cinzento, decepcionado, alçou voo, tomando direção desconhecida.
Horas depois, ele volta a descansar na mesma árvore e, vendo a flor que desbrochava efusivamente, insistiu:
- Percebo que és mesmo ingênua, embora valiosa e útil. Tuas pétalas são graciosas... teu aroma, inebriante. Por que não pensas em oferecer, exigindo? É justo, minha amiga, que tudo a sair das nossas vidas obedeça ao sistema de troca. Não prodigalizes os recursos maravilhosos de teu ser a quantos se aproximem de ti. Pensa nas tuas necessidades pessoais.
A flor vermelha, timidamente esclarece:
- Sinto alegria em distribuir fraternalmente as dádivas que detenho, e nesta mesma alegria me renovo a cada momento, encontrando assim a mais sublime recompensa.
O passarinho cinzento, frustrado, bate asas.
Dias depois retorna ao ramo verde. Lembra-se da flor, buscando-a com o olhar ansioso, mas observa-a murcha, sem beleza e sem fragrância.
Orgulhoso, monologou: eis o destino de todo aquele que só pensa em dar. E saiu voejando em busca das migalhas que constituíam o seu sustento no dia-a-dia.
Passado mais algum tempo, o passarinho cinzento, absorto na visão das aparências, mas cansado, repousa novamente no velho galho. Subitamente recorda-se da flor bondosa. Volve o olhar em direção à sua haste e leva um susto. Percebe, para seu constrangimento, que a flor não havia propriamente desaparecido; metamorfoseara-se em belo e substancioso fruto.
Nesse instante o passarinho cinzento, trucidado pela própria inveja, caiu morto.
Conclusão pessoal:
A historinha narra sobre dois personagens que possuem ideias diferentes: a flor, simbolizando a bondade e a beleza e o passarinho egoísta e invejoso e na intensão de transformar os sentimentos da flor, o passarinho foi derrotado pela sua própria maneira de ser.
Sônia LúciaImagem do Google
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