sábado, 26 de setembro de 2015

OS TRÊS DESEJOS DO REI

 
 Um grande monarca assumiu o poder e, depois de fazer o juramento perante o primeiro-ministro e o Conselho dos Anciãos, foi instado, como era costume naquele país, a manifestar três desejos, cujo atendimento o ajudasse a governar.
  O monarca pediu:
  Um inimigo declarado e sincero. 
  Um palácio de espelhos.
  Uma choupana de cômodo e cozinha.
  O inimigo sincero e declarado, o rei nomeou-o seu crítico oficial para relatar-lhe o que o povo pensava do governo.
  O palácio com espelhos destinava-se  às grandes recepções, para acolher os bajuladores e fazê-los todos parecerem-se uns aos outros.
  A choupana de cômodo e cozinha, para servir-lhe de residência.
  - Mas não é pequena demais para receber seus amigos? - Perguntou-lhe o primeiro-ministro.
  - De modo nenhum - respondeu o monarca. - São dependências apertadas, mas tenho certeza de que os amigos verdadeiros jamais serão em número suficiente para não caber nelas.

              DIZEM QUE FEZ UM ÓTIMO GOVERNO.

(LOURENÇO DIAFÉRIA, in Folha de S. Paulo, 9 de maio de 1980)

Imagem do Google 

Nenhum comentário:

Postar um comentário