"Andando pelo jardim, um pavão exibia orgulhosamente o esplendor de sua cauda, imensa, tão colorida...
Um corvo ficou contemplando aquela ave orgulhosa. Falou:
- Bela plumagem, hem, amigo?
- Ousa falar comigo, corvo insignificante? Ousa dirigir a palavra mim, você, que é negro e agourento, desprezível?
O corvo ficou muito irritado. E não deixou por menos:
- As penas podem ser bonitas, amigo, mas eu é que não gostaria de ter pés como os seus.
- O que têm eles? - falou o pavão, olhando os próprios pés.
- São abertos, irregulares. Não servem para agarrar, mal lhe dão apoio para andar... Não, amigo. Fique lá com suas penas, que eu prefiro minhas garras sólidas!
E foi-se embora voando, deixando o pavão pensativo, descobrindo uma grande verdade: Não há beleza sem senão."
"A fábula do pavão nos afirma a necessidade de sermos humildes, de fugirmos da arrogância da perfeição. Afinal, mesmo o ser mais belo pode ter o seu defeito..."
FONTE:
"Sete Faces da Fábula" (Coleção VEREDAS) escrita por: Fernando Portela, Luiz Maria Veiga, Marcia kupstas, Orlando Bastos, Paulo Sampaio, Ricardo Soares e Wagner Costa
Postado por Sônia Lúcia
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