Nossa história acontece num *Reino Encantado, numa floresta muito distante, em tempo longínquo em que havia: fadas, bruxas, gnomos e também muita aventura entre os seus habitantes.
Um pomar alimentava-os, fazendo parte daquela beleza rústica. Sortido de inúmeras árvores frutíferas, que ia das mais frondosas até as simples trepadeiras que não passavam de 1 metro e meio de altura, com os gostosos frutos que a Natureza se incumbira de procriar. Extensos eram os pés de maracujás que se recostavam nas cercas apodrecidas, corcomidas pelo tempo... construídas outrora por antigos e desconhecidos moradores daquele lugar. Outras espécies frutíferas rastejavam-se como imensos tapetes ao longo de sua extensão.
Era tudo exótico naquele pedaço de mundo estranho e exuberante, onde só a fantasia de um criador de histórias consegue alcançar, percebendo ali uma beleza selvagem, quase inexistente, através de seus olhos mentais aguçados e fantasiosos, construindo nele um pedaço do mundo a "embelezar" rusticamente e enaltecer o Planeta Terra.
Enfim... vamos à nossa pequena estória após tão extensa narrativa introdutória: pois nesse grandioso espetáculo, aparentemente calmo, existia uma jaqueira que portava-se simplesmente, apesar de seu tamanho e uma macieira nascida ali, não se sabe como... Esta por sua vez tinha ares de intrigante, e, parecendo ter complexo de inferioridade, vivia aos turros com a companheira, dizendo assim:
"- Vês como sou formosa e delicada? Enquanto tu e teu fruto são aberrações da Natureza. Nem sei de onde vieste... kakaka..."
"- Não queria dizer, mas ficas me provocando e eu tenho leite quente nas entranhas de meu tronco!" E continuou, ainda que, acabrunhada: - "- Sou a grandeza daqui, vivo te protegendo dos temporais, ainda não percebeste, não?"
"- Achas é? Ora me protegendo... só faltas me derrubar quando venta muito! És feiosa e esses teus picos me incomodam quando me roçam!"
"- Sabes de um coisa mais? Não quero discutir com uma dismilinguida. Teu fruto não alimenta um calango sequer. E vai te aquietar que mal aguentas o sereno da noite e um bom temporal nos vem castigar daqui a pouco. Te aquieta e pede a proteção Divina, que eu vou fazer o mesmo."
Porém, ria-se a não mais poder, zombando da companheira.
Até que algumas horas depois, uma trovoada a fez espantar-se! Veio outra mais forte com relâmpagos iluminando a mata, trouxe uma forte com ventania feroz, derrubando todos os seus frutos, ainda verdes. Quase arrancando também a enorme jaqueira pela raiz, esta lhe disse:
"- Não te falei? Agora choras o prejuizo que tiveste, vendo tua prole por terra! É castigo dos Céus! Convertes-te! Ainda é tempo apesar de tudo! Estás de pé pela Graça de Deus! Reflete! Vai! Pois na próxima, até eu irei voar pelos ares!
O tempo passou e uma grande calmaria tomou conta dali depois daquele dia! Aos poucos a macieira, após a tristeza de ter perdido seus frutos ainda verdinhos, mudou de atitude, passando a ser uma amiga para com a companheira jaqueira.
Autora: Sônia LúciaObs.: A autora todos os direitos.
NOTA da Autora: *Reino Encantado - resumidamente falando, são espaços idealizados na Literatura Infantil, para suscitar a criatividade da criança, através de histórias fantásticas, sua consciência ecológica que compreende: a devastação florestal e o descaso humano pelo meio ambiente.
Nele é usado como pano de fundo, o bosque ou floresta onde "vivem" os personagens dos contos de fadas. (Sônia Lúcia )
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