Os jovens abraçaram-se com ternura e
logo partiram para cumprir a missão
recomendada. No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois
esperavam com as aves dentro de um saco.
O velho pediu que com cuidado as tirassem do
saco e viu que eram verdadeiramente formosos exemplares.
- E agora o que faremos? – perguntou o jovem –
as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou as cozinhamos e depois
comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.
- Não! – disse o feiticeiro – apanhem as aves
e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro.
Quando as tiverem amarrado, soltem-nas para
que voem livres.
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi
ordenado e soltaram os pássaros: a águia e o falcão tentaram voar, mas apenas
conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela
incapacidade do voo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se
machucar.
E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo: este é o
meu conselho. Vocês são com a águia e o falcão; se estiverem amarrados um ao
outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou
tarde, começarão a machucar-se um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês
perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.
Imagem do Google
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