Joaquim era um garoto de 12 anos, filho único. Nascido e residente na cidade
grande, era estudioso, almejava tornar-se médico um dia para exercer a
profissão num lugarejo onde conhecera alguns garotos, filhos de trabalhadores
de uma fazenda de pequeno porte.
Em
férias, alguns anos antes, Quinzinho, assim conhecido, teve a oportunidade de
conhecer muitas famílias que só possuíam o básico para a sua sobrevivência, mal
tendo o que comer. Inclusive a alimentação familiar que provinha de suas
criações e uma grande horta coletiva e caseira de três ou quatro famílias de
empregados da mesma fazenda.
Muito diferente de seus hábitos advindos de família de posse que tudo
tem porque tudo pode obter, o garoto foi tocado consideravelmente quando observou
que as famílias eram numerosas e os pais ganhavam pouco, portanto tudo era
muito bem dividido entre os filhos. E quando algo não dava pra dividir, eles
que pouco possuíam, doavam a outra família somente para que não houvesse diferença
entre um e outro filho, o que poderia gerar brigas entre eles. Gente pobre
financeiramente, mas rica em honestidade e caráter com quem muito podemos ainda
aprender.
Porém as surpresas tanto pendem para o lado do
bem quanto para o lado do mal. E foi quando a família do garoto sofreu uma
transformação na área dos negócios. E a empresa do pai de Quinzinho abriu
falência, a mãe, D. Ruth engravidou e perdeu seu emprego e, já buscava outro
para continuar contribuindo com a família, ainda mais agora com o advento de
mais um...
Quinzinho passou a fazer parte de um grupo de
amizades que, apenas aparentemente era do bem, e já “balançava” para os
assédios que os garotos costumavam fazer nestes casos. Quando o pai descobriu e
foi em cima, mas ele já se preparara pelos comparsas a encarar a família.
Juntando recursos, ele e a mãe conseguiram, com alguma barganha, pelo menos, proibi-lo a continuar reunindo-se ao
grupo.
Mas as batalhas enfrentadas pelos três foram
duras. E agora, com 13 anos, Quinzinho foi ajudar o pai quando não estava na
escola.
Doze longos meses se passaram, Diana já nascera,
felizmente saudável. A mãe recebeu a promessa de ser readmitida no emprego que
o perdera por um gerenciador de fofocas de lá. E seu João estava recomeçando o
que havia perdido, também por excesso de confiança em um empregado seu.
Nosso garoto já nem planejava mais os sonhos de
antes, até que recebeu uma visita inesperada, a daquela família pobre da
fazenda. Que prosperou tanto, ao ponto de ir vê-los levando-lhes muita frutas e
legumes da primeira safra de sua produção, como retribuição do que fizeram por
eles em momento dificultoso para aqueles.
Diante disso, Quinzinho tornou-se muito amigo
dos dois meninos (11 e 15 anos) da família de dez pessoas, que o incentivaram
ao velho sonho de exercer a medicina com alguns anos e depois, trabalhar para
os menos favorecidos monetariamente.
Aut.: Sônia Lúcia
Obs.: A autora todos os direitos reservados.
Imagem do Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário