“O Círio é uma manifestação religiosa e cultural que independe de idade.
Com as crianças e jovens não é diferente. Todos que têm fé se deixam envolver
pelas emoções desta que é a maior celebração católica do mundo.
Crianças e jovens sempre participaram das celebrações do Círio de Nazaré,
seja como anjinhos, pagando promessa nos ombros dos pais, no Carro dos Anjos,
Carro dos Milagres e de outras formas. Até ganharem procissões especiais como a
Romaria das Crianças e a Romaria da Juventude, que atraem um crescente número
de fiéis.
Por tudo isso, o Diário do Pará celebra essa grande manifestação
religiosa do Estado com o livro de colorir “MEU CONTO DO CÍRIO”, um presente
para todos os seus leitores, em especial às crianças e jovens, que vão
desfrutar de bons momentos de entretenimento e informação.”
“PLÁCIDO JOSÉ DE SOUZA era um caboclo paraense que gostava de passear por
locais que, naquela época, eram poucos movimentados. Numa manhã em que estava
dando seu passeio costumeiro, Plácido teve uma grande surpresa.
Naquele dia do ano de 1700, Plácido estava passeando pelas margens do
Igarapé do Murutucu, bem no local onde hoje é a Basílica de Nazaré. Quando
olhou espantado, bem ali, na beirinha do Igarapé, estava uma imagem de Nossa
Senhora de Nazaré com o Menino Jesus no colo. Ele recolheu a imagem e ficou
admirando-a. Passada a surpresa, Plácido ficou muito feliz e levou a Santinha
para sua humilde casa, onde construiu um pequeno altar. Ele colocou a imagem no
altar, acendeu uma vela e rezou com fervor, agradecendo pelo presente que
ganhara dos céus.
Naquela noite, Plácido dormiu feliz, pois agora tinha uma Santinha para
proteger sua casa, Mas outra surpresa aguardava Plácido ao amanhecer. Quando
foi fazer sua oração matinal, descobriu espantado que a imagem da Santa havia
desaparecido.
Com o coração batendo forte, Plácido saiu correndo para o local onde
havia encontrado a Santa. O caboclo deu um sorriso de alívio ao constatar que a
imagem estava no mesmo local onde ele a havia achado pela primeira vez. E
voltou feliz com a imagem para sua casa.
Mas aquele foi só o começo da história. Todo dia Plácido levava a
santinha para sua casa, mas para sua tristeza a imagem tornava a voltar para a
beira do igarapé. As autoridades ficaram sabendo do fato e então levaram a
imagem para o Palácio do Governo. Plácido ficou triste e, para marcar o lugar
onde a encontrara, construiu uma pequena capela, onde todos rezavam para a
Santinha.
O tempo foi passando e, em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma
pequena procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, que pode ser considerada a
oribem do Círio. Mas o primeiro Círio oficial foi realizado somente no dia 8 de
setembro de 1793. Esta procissão foi organizada pelo presidente da Província do
Pará, capitão-mor D. Francisco de Souza Coutinho, e já reunia muitaspessoas.
O tempo passou e a pequena capela que havia sido construída pelo caboclo
Plácido foi ampliada e reconstruída, em 1852, transformando-se na Basílica
Santuário, localizada no mesmo lugar em que foi achada a imagem da Santa.
A imagem que é levada na Berlinda, durante as procissões do Círio, é a
Imagem Peregrina, uma réplica da original. A Santinha que foi encontrada por
Plácido está na Basílica, no alto do Glória, e nunca sai de lá, como sempre foi
o desejo da Virgem de Nazaré.”
( DIÁRIO DO PARÁ)
Observação:
Aproveitando o ensejo, também ofereço esta matéria para todas as crianças e
jovenzinhos como presente do DIA DA CRIANÇA (em 12/out). Sônia Lúcia
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