São pequenos contos de vários autores coletados ao longo de um tempo que lhe servirá como livro de cabeceira para momentos de reflexão ou mesmo de insônia. Alguns deles não são novidades, porque, no decorrer da vida, já o encontrou nos livros didáticos ou de estórias, ou ainda contados como "causos". Trata-se de uma obra com estorinhas populares e de fácil compreensão que trazem mensagens voltadas para o bem maior, que é o cultivo do amor e da paz.
domingo, 18 de outubro de 2015
"A FLOR. A ESCOLA..."
Tudo ia muito bem quando Godofredo entrou na minha aula. Pediu licença licença e foi falar com D. Cecília Paim. Só sei que ele apontou a flor no copo. Depois saiu. Ela olhou para mim com tristeza.
Quando terminou a aula, me chamou.
- Quero falar uma coisa com você, Zezé. Espere um pouco.
Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com vontade nenhuma de me falar e procurava a coragem entre as coisas. Afinal se decidiu.
- Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?
Balancei a cabeça afirmativamente.
- Da flor? É, sim, senhora.
- Como é que você faz?
- Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. Mas lá tem tanta que nem faz falta.
- Sim. Mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é um "furtinho".
- Não é não, D. Cecília. O mundo não é de Deus? Tudo o que tem no mundo não é de Deus? Então as flores são de Deus também...
E ficou espantada com a minha lógica.
- Só assim que eu podia, professora. Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro... E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio. Ela engoliu em seco.
( José Mauro de Vasconcelos - "O Meu Pé de Laranja Lima")
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