quinta-feira, 8 de outubro de 2020

"DONA MORTE EM PERIGOSA PERUA" - Parte I

 

  Em tempo de PANDEMIA do "Corona Vírus", nada mais oportuno do que narrar a estorinha de um gibi de Maurício de Sousa, onde nota-se o "poderio" de D. Morte com sua  "majestosa" imponência e a indumentária que a envolve, cujo simbolismo é do conhecimento de todos. Assim também, vem sugerir que o leitor, aceite-a com naturalidade. Sabendo que, dificilmente, ela dá a quem quer que seja, a chance de "escolher", principalmente por estar sempre convicta de que, a hora de partir, para o plano espiritual chegará (quer queiramos ou não), num determinado momento pré-estabelecido por Deus. E o sentenciado há de deixar tudo o que conquistou de material, principalmente as vestes carnais (antes suas), no  solo terrestre.
 É Lei natural, Divina...
 Portanto, vamos aqui conferir algo do tipo, com esse momento, na estorinha a seguir: "DONA MORTE EM PERIGOSA PERUA".
 É bom esclarecer que os diálogos dos balões foram fielmente conservados do original.
 Vamos então conferir:

 Romilda, uma jovem e linda loira,  maquiada e vestida com acentuada extravagância, saiu às ruas com seu lindo vestido de festa, de cor azul, ornando-lhe os ombros um rico casaco de peles. Calçando longas botas vermelhas até o joelho, penteado sofisticado com adornos; brincos e , pulseiras chamativos, combinando com o vermelho do calçado.
Dela aproxima-se Dona Morte com sua indumentária negra dos pés à cabeça e a completar seu estilo fantasmagórico uma enorme foice  sobre o ombro direito. E abordando-a bem de perto, lhe diz: 
 "- Com licença!" E ela, voltando espantada, responde-lhe: 
 " - Hã?" E querendo ludibriá-la, continua: "- Lógico minha senhora! Pode passar!"
 " - Não! Não é isso!"
 " - Ah! Então, já sei!"  E olhando o relógio, continua: "- são três e meia, em ponto!"
 " -  !  Mas é que..."
  E a jovem prossegue: "- Você tá atrasada pra alguma coisa?"
 "- Não! É que..." Falou pacientemente D. Morte.
 " - Já sei! Precisa de dinheiro pra pagar o ônibus! Tome!"
 Porém estendendo uma lista, para talvez se certificar de sua vítima, ela falou: " - Você não é a Romilda?"
 "- Sou, sim! E você?" Ao mesmo tempo em que responde, Romilda coloca sua mão à boca de D. Morte, impedindo-a de identificar-se. E continuando sua fala: " - Hum... Márcia? Maria Anastácia? Paulinha? Lola? Lucrécia? Hum... Cíntia? Acertei algum? Menina, precisamos por a conversa em dia!"
" - Vamos ter muito tempo acredite." Responde sua interlocutora.
 Puxando-a pelo braço, Romilda prossegue: "- Menina, você tá muito branca! Vem comigo pegar uma corzinha!"
 E D. Morte, querendo esclarecer de uma vez largou-se da jovem e falou: " - Espera!! Você não está entendendo! Você não conhece a morte?" 
 Com ares de desentendida, e ainda caminhando, ela respondeu: - Claro que conheço!
 Mais animada, D. Morte, respondeu: - Ah, bom!
 Mas decepcionou-se em seguida, quando Romilda continuou:  "- A namorada do Juca!"
"- Bete?! Juca?!" . Expressou-se. 
"- Ela merece mesmo o apelido! É de Morte pra valer! Um dia, contou uma do papagaio..."
E D. Morte, já muito zangada interrompeu: "- Não tem nada a ver!"
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NOTA DE ESCLARECIMENTO:
Aqui faço uma pausa para continuar em outra "postagem", quando então concluirei a estorinha  do Gibi - ALMANAQUE DA MAGALI, NÚMERO 15 de Maurício de Sousa.

Imagem do Google para fins ilustrativos.


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