Era uma vez um papagaio.
Único animal da grande casa de seus donos.
Vivia a andar ou voar, durante o dia, o tempo todo.
Agitado como o quê! Falava tudo o que ouvia.
Até diziam que era a mais inteligente das aves de sua espécie; suas penas tinham as cores do Brasil.
Seu nome era duplo: Lorico brasileirinho.
Muito carinhoso, entregava sua cabecinha para também receber carinho de qualquer pessoa. Amava crianças e idosos, principalmente. Porém detestava gatos. E quando Miroca, a cinzenta gata do vizinho era vista por ele, então, Lorico virava o "capeta", emitia palavrão, girava, girava e suas penas se arroxeavam, mudando totalmente de cor. E partia com bicadas pra cima de Miroca.
Francisco, o dono da gatinha bufava de raiva. Mas gostava dele apesar de tudo.
Por isso ficou a pensar o que fazer para mudar a atitude desse bichinho tão simpático em outros momentos. E pensou, pensou... Pensou por vários dias, enquanto Miroca vivia presa, escondendo-se do "inimigo" declarado. E tristinha, miava baixinho quando atacada; seu miado mais parecia um gritinho de socorro. E do seu olhar então, nem se falava.
Francisco, e Lourival dono de Lorico eram amigos e viviam conversando sempre sobre todos os assuntos.
Valendo-se do dom da fala de Lorico, com sua "inteligência", a imaginação do vizinho, focou no aspecto; - por que essa cisma do Lorico com Miroca??? Com ninguém mais ele é assim...
Até que num belo dia em que o sol nascia com os animais do sítio, o moço Francisco, num gesto automático, levantou-se da cama de ímpeto, despertando antes de seu relógio, juntamente com suas galinhas. E com a expressão de alegria bradou em alta voz:
- Viva o Sol! Viva o mundo e seu Criador! E correu em direção da cerca que separava a sua da casa de seu vizinho Juvenal que, espantado, acordara, e esfregando os olhos disse assim:
- Que houve amigo, tirou na sorte grande ou arrumou ontem uma linda namorada?!
- Nada disso, vizinho! Somos amigos, mas não vou contar ainda sobre um sonho maluco e uma ideia extravagante que surgiu para resolvermos a pendenga de seu louro malvado com minha gatinha. Mas vou resolver após amadurecer meus pensamentos loucos. Só preciso do seu consentimento para levá-lo a um passeio comigo. Somente eu e ele. Confia?
- Olha lá, amigo... E coçando a cabeça, continuou:
- Tá bom Chico, resolvido! Confio no amigo. Vai!
E assim foi por uma semana. E na outra seguinte, levou também a Miroca, após três tentativas de aproximação dos dois... resolveu levar também o "prêmio": um apetitoso pedaço de abóbora, cozida no leite de coco (alimento mais apreciado por Lorico, e também por Miroca - dois pedaços então).
E a transformação foi visível ao findo de 90 dias!
- Como aconteceu isso? Falou o parceiro.
- Ah, bom amigo!... Deixa pra lá por enquanto, um dia lhe contarei em detalhes. Estou cansado dessa história agora. Mas fique sabendo que até hipnotismo aconteceu para que hoje esse menino apresentasse essa transformação.
- Está bem. Graças a Deus deu tudo certo. Estou grato a você! Quero saber, mas fico no aguardo. Muito obrigado!
E abraçaram-se mutuamente como fazem os bons camaradas.
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Quem sabe outro dia continuarei a estória de Lorico & Miroca e contarei como foi que Francisco conseguiu modificar seu vizinho papagaio? Não custa aguardar...
Obrigada!
Obrigada!
E aí, você gostou da estorinha que inventei? Eu gostei muito, mas sou suspeita para opinar.
Saiba ainda que ela surgiu de repente nesse cérebro repleto de pensamentos excêntricos, às vezes. E que, de vez em quando, dá asas a sua imaginação.
Que nota você daria a esse cérebro impossível?
(Em: 01/02/2020)
Notas: *Direitos autorais exigidos.
*Imagem do Google.
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