Um cão andava pela floresta quando topou com um lobo magrelo de dar dó. Fizeram amizade, pondo-se então a conversar:
- Puxa amigo, como você é robusto! Nota-se que é bem tratado!
- É que eu tenho um dono, o seu José. Ele me banha quase diariamente, escova meus dentes e pelos. Leva-me ao pet para exames preventivos e quando preciso. Me dá três boas refeições durante o dia e tenho até uma casinha em alvenaria... Em troca, eu guardo a casa quando ele sai, e noturnamente, dos assaltantes. Saio de vez em quando para umas voltinhas. Enfim, eu cuido dele e ele de mim.
- Você só faz isso, e ganha tudo aquilo? Oh, deve ser maravilhoso ter um dono! - concluiu o lobo.
O cão então, convenceu o novo amigo a acompanhá-lo, certo de que seu José gostaria de possuir mais um animal de estimação.
Andaram por algum tempo até que o lobo, já cansado, parou e reparando melhor no companheiro, disse:
- O que é isto no seu pescoço?
- Ah, isto é uma coleira, com acesso a uma corrente, pois às vezes, meu dono necessitando, me prende...
O lobo parou, pensou um pouco e voltou de onde vinham.
Continuou falando o cão:
- Mas é por pouco tempo! Penalizado por mim, logo ele me solta de novo. Não se assuste!
- Já distante, o lobo, virou-se dizendo:
- Não, cachorro! Não sirvo para essa vida! Acho que mais vale a minha liberdade com fome do que o luxo numa prisão! Tchau!!! Prazer grande te ter conhecido!
E, talvez, com receio de arrepender-se da decisão tomada, deu as costas de uma vez, saindo em disparada!
Fábula "O CÃO E O LOBO" adaptada e postada por Sônia Lúcia
COMENTÁRIO PESSOAL:
Bela e interessante fábula, principalmente no que concerne em trazer animais totalmente diferentes, desde suas moradias até seus costumes próprios. Mostra ela que, de certa forma, o homem tem essas características e também é assim, mas como caráter opcional.
"Humanizados" cão e lobo vestem essa roupagem hominal. E a liberdade que é, provavelmente, o sentimento mais
intrínseco e forte no homem, nos é demonstrado em toda a contextualização no cenário da história.
Nos animais em foco, como se não bastasse a diferença existente entre um doméstico e um selvagem, há também a divergência de opiniões em suas escolhas, com forte disparidade entre eles. Chegando, inclusive, a vencer a fome vivida pelo selvagem, já que trava uma luta árdua à procura das vítimas que o fazem predador para saciar-se no seu dia-a-dia, considerando que o Universo é o seu dono. Outro sentimento onde a liberdade se sobrepõe, é a amizade que une imediatamente os dois.
Proprietário de uma forte personalidade, mostra-se o Lobo, inicialmente, vulnerável a vida mais fácil, mas imediatamente, ao observar fisicamente e com mais detalhes o companheiro, tem um repensar e readquire o instinto que lhe é próprio. Enquanto o cão, por ser domesticado, não tem acesso a vida de liberdade para se alimentar, como ocorre com aquele que ele pensou ser um possível companheiro a compartilhar de sua vida de luxo, mas também preenchida pela responsabilidade que o seu dono a ele outorgava.
De forma que a fábula não permite a fuga dos interesses e características que formam a personalidade inata de seus personagens.
Aut.: Sônia Lúcia
LIBERDADE, portanto é:
... o direito que se tem de não permitir que os outros façam aquilo que querem. (Dom Quixote)
... como a própria vida, Nasce e cresce com o indivíduo. Vai dele saber usá-la sem prejudicar o seu amanhã ou o seu próximo. (Sônia Lúcia)
LIBERDADE, portanto é:
... o direito que se tem de não permitir que os outros façam aquilo que querem. (Dom Quixote)
... como a própria vida, Nasce e cresce com o indivíduo. Vai dele saber usá-la sem prejudicar o seu amanhã ou o seu próximo. (Sônia Lúcia)
Imagem do Google, apenas para fins ilustrativos.