Mariazinha é o nome da personagem dessa historinha. Com 5 anos, não falava, nem andava, mas enxergava. Só olhava, somente olhava... Seu olhar era triste, cabisbaixo. Olhos verdinhos como duas azeitonas. Sorria pouco e sua maior alegria era ver um animal qualquer da pequena fazenda frutífera que tinha também alguns cavalos, porcos, cabritos, patos e galinhas entre outros (ali morava com a mãe o pai,a avó paterna e um casal de irmãos). Porém, Mariazinha apenas olhava-os de longe. Seus pais não permitiam a sua proximidade deles. Quando os animais a viam, corriam para perto do cercado que os separava da casa, vindo cumprimentá-la com a linguagem característica de cada um. Seus pais e irmãos mais velhos temiam qualquer reação brusca dos animais que pareciam sorrir de felicidade, sendo correspondido pela menina que escancarava também um lindo sorriso, pouco visto em qualquer outro momento.
Vovó Lucinha, com seus 73 anos completos, era quem melhor entendia a neta, assim como seus animais. Mas de tanto insistir nessa conversa com a nora e o filho, já estava enfadada com a falta de receptividade da maior parte da família em mantê-la distante dos bichos.
Um dia porém, a pequena fazenda recebeu um ilustre visitante. Tratava-se de um médico que sonhava colocar em prática um projeto experimental que estudara desde seus 18 anos, no momento, com 40. E já coordenava uma pequena equipe. Já estava com duas ou três experiências anteriores que deram certo, estando apenas em acompanhamento. Soubera de Mariazinha, pela professora contratada por seus pais, para alfabetizá-la aos 6 anos. Dr. José Ricardo completaria seu doutorado quando sua 5a experiência entre crianças com algum tipo de deficiência em contato com animais, tivesse êxito. Foi recebido por D. Lucinha e o filho na hora em que preparavam o almoço e o bom cheiro exalava no ar também gostoso da fazenda. O que agradou de cheio o médico. Viera portando uma "carta de recomendação" da Faculdade mineira onde estudava. Trazendo um contexto de fácil compreensão que imediatamente foi entendido por eles (mãe e filho) que estudaram até os anos que antecipariam o Ensino Superior; parando por aí nos estudos, quando a avó, D. Lucinha, viúva, optara por aquela moradia um pouco afastada da cidade grande e a concordância do filho em acompanhá-la com os filhos mais novos e a esposa.
A mulher mal conteve sua euforia e emoção ao ver a possibilidade do grande sonho de sua vida, poder se realizar: a saúde da neta, porém faltava a certeza de tudo ser verdade. A professora Vivi seria a segunda referência e ela foi acionada pelo irmão mais velho, que ali passava suas férias escolares.
Bem, não tem como explicar aqui o passo-a-passo desses momentos, depois de saberem que tudo era mesmo verdade e não se tratava de um engodo. Pulando os detalhes desta parte, Mariazinha seria testada com qual dos animais dali ela se adaptaria melhor para ser o seu mascote inicial, no tratamento que iria se submeter. A família torcia, colaborava e encabeçados pela avó oravam juntos em agradecimento, todas as noites por ser visível o progresso da menina a cada dia. Em dois meses ela ria alto, conseguia falar palavras simples, como: papai, mãe, vó, mano e mana, etc e seis meses depois, passou a andar devagar com o auxílio de uma bengala, falando frases e já se definira com a preferência de alguns animais, tendo um cavalo, o menor deles , como seu mascote.
Em breve espaço de tempo, Mariazinha estava irreconhecível. A família vencera, enfim aquela síndrome rara com a qual nascera, atribuída a um susto muito grande da mãe quando estava dormindo, durante a gravidez, e consequentemente abalando o feto em formação.
Aos 10 anos estava causando surpresa a todos. Participando dos eventos da família, parentes e amigos, como na formatura de doutorado, após o sexto caso trabalhado com êxito, do Dr. José Ricardo. Com o brilhantismo e vitória do novo doutor, seu paraninfo organizou uma festa muito bonita com o testemunho do sucesso dos seis casos, onde a própria Mariazinha testemunhou sua história. Seus grandes olhos verdes brilhavam quando entre uma e outra frase, dirigia-os à avó querida. Era dia 26 de julho, Dia dos Avós e quando D. Lucinha completava 78 anos logo após os o aniversário da neta amada.
A felicidade estava completa, pois junto ao sucesso de seu tratamento, homenageava sua maior fã, a sua querida avó!
Autoria e publicação postada por: Sônia Lúcia
NOTAS IMPORTANTES:
1 - Esta é mais uma obra FICTÍCIA em sua totalidade da autora (Sônia Lúcia), sem que haja qualquer menção, ainda que parcial, copiada de alguma obra já existente. No ensejo, PERMITO A CÓPIA da referida história, desde que SEJA IDENTIFICADA a sua autora (Sônia Lúcia).
2 -"Haverá amor mais especial do que aquele que une avós e netos? A resposta só pode ser uma: não!
* Dia Mundial dos Avós (26 de julho).
Haverá melhor altura para celebrarmos as brincadeiras, as aventuras, os chocolates comidos às escondidas e os mimos sempre à nossa espera? Os avós são um porto seguro. Para uns, os maiores confidentes. Para outros, os companheiros nas horas de rebeldia. O “não” é uma palavra que nem sequer entra no seu dicionário. Com eles tudo é possível. Num dia tão especial como este, conhece alguns livros que espelham a relação entre avós e netos e ajudam a compreender melhor este amor que não tem fim."
FONTE ilustrativa (anterior à história) e textual *( NOTAS IMPORTANTES - Nº 2):
" 7 HISTÓRIAS DE AVÓS E NETOS" - Via Internet- Google