quarta-feira, 2 de maio de 2018

A GATA MEYRE E O CÃO FREDDY


      
      Aconteceu em uma cidade pequena do interior...
   Era um cão e uma gata vizinhos que viviam aos turros. Freddy era um vira-lata franzino, metido a valente por ter ares de Pittibul. - Se achava... pensa?!  Criado desde muito pequenino por D. Frederica, que colocou-lhe um nome que parecesse com o dela. Conforme dizia, tinha origem estrangeira (e cada vez citava ter nascido em um país diferente).
   Muito amiga da vizinha ao lado de sua casa, D. Frederica  incentivou D. Maria, a fazer o mesmo, ou seja, colocar o nome de Meyre em sua enorme gata, uma sapeca, que quase dobrava ao peso do cão quando se aborrecia. Era teimosa como o quê  e, detestava o Freddy, ambos só se uniam na boa, em dia de vacina dos animais. Quando pela cerca do quintal que os separava, parecia conversarem nas vésperas da vacina.  Afora este dia, brigavam como cão e gato conforme a velha tradição brasileira. 
   De segunda a sexta feira, após a sesta do almoço, as duas amigas sentavam-se cada uma em seu quintal próximo à cerca, tecendo crochê, e os bichinhos ali estavam também se agredindo um ao outro, fazendo com que, cada uma por sua vez interrompesse o trabalho para tirar os brigões de cena. Nos finais de semana, pela manhã iam à feira juntas, e a noite, à igreja da qual eram devotas.
Resultado de imagem para cães e gatos   Os filhotes? Ah! Estes já eram disciplinados pelas donas , a ficarem em seus cantos, descansando da semana agitada que tiveram.
   Certa noite, quando todos se recolhiam em suas casas para dormirem, ouviram um barulho... Gritos pedindo socorro!!! Eram rumores  de pessoas correndo atrás de ladrões que acabaram de assaltar alguém na outra rua. 
   Orelhas a postos, Freddy observava e já começava a entender que precisava reagir perante o que acontecia, já que, naquele quarteirão ele era o único cachorro acasalado. Mas o que surpreendia D. Maria era sua gatona, a Meyre. Ao invés de medo, estava toda ouriçada e olhos esbugalhados, pronta para o ataque que a ela não competia... Perseguidos pelos moradores, os vilões, sem querer, largaram suas armas (facões e paus). Um deles, invadiu por uma janela entreaberta, a casa de D. Frederica e o outro pulou a cerca e se escondeu em uns arbustos do quintal de D Maria, e os bichinhos endoidavam! O magrelinho, sem dó, abocanhou o calcanhar de um cara, louro e magro que nem ele, deixando-o no chão, gritando de dor! Ao lado, a gatona avançou sobre o comparsa, arranhando-o todo! Já tendo sido acionada, a polícia chegou, silenciosa, mas o barulho de Freddy e Meyre e os gritos de dor dos larápios indicavam os lugares onde estavam. Sem esforço algum, os policiais os prenderam, levando-os algemados à delegacia. 
   Paparicados por toda a vizinhança, no dia seguinte, o delegado foi conhecer os valentões que foram condecorados, juntamente com suas donas. 
   Mais felizes que antes, pela união que se estabelecera naquela comunidade, passaram a viver todos ali, uma vez que a felicidade é um sentimento contagioso quando as partes se conectam com afinidade, sinceridade e amor.
                      Postado pela autora: Sônia Lúcia
      Obs:
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  Imagem do Google.

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