Eram quatro amiguinhos. Suzi e Francisco moravam na cidade grande, Maria e Juvenal eram filhos de um caseiro. Conheceram-se e fizeram amizade rapidamente, por ocasião da recontratação dos pais para o trabalho da roça. Mas com tempo suficiente para se tornarem simpáticos entre si...
Finalzinho de maio, O sr. José, pai dos garotos negociou com um tio, típico solteirão, muito idoso e sem filhos, uma fazendola que administrava sozinho, mas a idade o vencera e nem tinha mais como fazer todo o serviço, e com as finanças já um pouco atrasadas. Na ocasião do primeiro contato, as crianças do lugar combinaram ir para a cidade, tão logo entrassem de férias. E como no interior tudo acontecia ou acontece ainda, mais cedo, em início de junho, os garotos dali, por serem estudiosos, entraram de férias e já combinavam com os pais, passá-las na casa dos patrões, para conhecerem a cidade grande.
Tudo acertado, lá se foram eles contentes da vida! E a maior expectativa era ver de perto como eram ali os festejos juninos.
Gostaram de tudo; dos passeios, do cinema, dos programas de entretenimento que passavam na TV, desconhecida para eles, porém chegava a véspera de Sto, Antônio e... nenhuma fogueira a vista, nenhuma rua enfeitada de bandeirinhas e balões! Cadê as festinhas de rua? e quadrilhas? boi-bumbá, então... nem se fala! Danou-se! Suzi e Francisco quase não brincavam, estudando para as últimas provas do semestre... A tristeza só não foi maior, devido as músicas animadas que D. Irlanda, notando o acontecido, colocava pra tocar, além da compra de fogos e estalinhos e um bolo de fubá que fez. E a noite, rodeados das crianças da vizinhança que também se empolgavam ao verem os folguedos que os entretinham!
- Chi! Quero ir pra minha casa no São João, dançar nossa quadrilha, tomar mingau e comer espigas assadas, bolo, pipoca e canjica com aluá - dizia Maria, que era a mais velha dos dois, chorando saudosa.
E voltaram para casa oito dias depois, mais felizes do que quando foram!
Invertendo-se a história, lá foram as crianças da cidade para o sítio, apressando suas provas no colégio. E realmente. Era véspera de São João e tudo era animado! As ruas todas enfeitadas, prontas pra receber os pares das quadrilhas e o cheirinho bom das comidinhas no ar! Fogos e estalinhos também...
E assim, termino meu relato junino, fazendo essa comparação cultural, atualmente fora de moda, entre a cidade grande e o interior do Estado com as crianças da metrópole entrando também na animação ao redor da fogueira brincando e soltando fogos !!!
Sônia LúciaA autora todos os direitos.
Imagens do Google
Esta é a história, ou melhor, apenas um fato ocorrido no mês junino.
ResponderExcluirEram quatro amiguinhos. Suzi e Francisco moravam na cidade grande, Maria e Juvenal eram filhos de um caseiro. Conheceram-se e fizeram amizade rapidamente, por ocasião da recontratação dos pais para o trabalho da roça. Mas com tempo suficiente para se tornarem simpáticos entre si...
Finalzinho de maio, O sr. José, pai dos garotos negociou com um tio, típico solteirão, muito idoso e sem filhos, uma fazendola que administrava sozinho, mas a idade o vencera e nem tinha mais como fazer todo o serviço, e com as finanças já um pouco atrasadas. Na ocasião do primeiro contato, as crianças do lugar combinaram ir para a cidade, tão logo entrassem de férias. E como no interior tudo acontecia ou acontece ainda, mais cedo, em início de junho, os garotos dali, por serem estudiosos, entraram de férias e já combinavam com os pais, passá-las na casa dos patrões, para conhecerem a cidade grande.
Tudo acertado, lá se foram eles contentes da vida! E a maior expectativa era ver de perto como eram ali os festejos juninos.
Gostaram de tudo; dos passeios, do cinema, dos programas de entretenimento que passavam na TV, desconhecida para eles, porém chegava a véspera de Sto, Antônio e... nenhuma fogueira a vista, nenhuma rua enfeitada de bandeirinhas e balões! Cadê as festinhas de rua? e quadrilhas? boi-bumbá, então... nem se fala! Danou-se! Suzi e Francisco quase não brincavam, estudando para as últimas provas do semestre... A tristeza só não foi maior, devido as músicas animadas que D. Irlanda, notando o acontecido, colocava pra tocar, além da compra de fogos e estalinhos e um bolo de fubá que fez. E a noite, rodeados das crianças da vizinhança que também se empolgavam ao verem os folguedos que os entretinham!
- Chi! Quero ir pra minha casa no São João, dançar nossa quadrilha, tomar mingau e comer espigas assadas, bolo, pipoca e canjica com aluá - dizia Maria, que era a mais velha dos dois, chorando saudosa.
E voltaram para casa oito dias depois, mais felizes do que quando foram!
Invertendo-se a história, lá foram as crianças da cidade para o sítio, apressando suas provas no colégio. E realmente. Era véspera de São João e tudo era animado! As ruas todas enfeitadas, prontas pra receber os pares das quadrilhas e o cheirinho bom das comidinhas no ar! Fogos e estalinhos também...
E assim, termino meu relato junino, fazendo essa comparação cultural, atualmente fora de moda, entre a cidade grande e o interior do Estado com as crianças da metrópole entrando também na animação ao redor da fogueira brincando e soltando fogos !!!