São pequenos contos de vários autores coletados ao longo de um tempo que lhe servirá como livro de cabeceira para momentos de reflexão ou mesmo de insônia. Alguns deles não são novidades, porque, no decorrer da vida, já o encontrou nos livros didáticos ou de estórias, ou ainda contados como "causos". Trata-se de uma obra com estorinhas populares e de fácil compreensão que trazem mensagens voltadas para o bem maior, que é o cultivo do amor e da paz.
sábado, 23 de julho de 2016
UM SEPULTAMENTO DIFERENTE
Esta é uma história paradoxal por ser DE HUMOR e ao mesmo tempo de TRISTEZA.
Começaremos pela tristeza:
Era uma triste noite de Inverno, sem estrelas nem Lua. E começava a chover.
Morrera na véspera, o sr. Jorge Heitor - um comerciante bastante gabaritado por ser a bondade em pessoa, de uma pequena cidade do interior do Pará. A família estava inconsolável. Todos choravam.
Noite a dentro. Ninguém arredara o pé de perto do caixão. Saiam para pegar um café e o tomavam ali, olhando o finado e lamentando sua morte súbita. Quebrada a rotina, somente as crianças aproveitavam o tempo para brincar uns com os outros, uma vez que diariamente dormiam com as galinhas.
Família católica. Chegara o pároco da cidade vizinha logo de manhãzinha. Em seguida foi dado o início à reza até o sepultamento, no cemitério ali pertinho. Enquanto o Padre professava palavras de conforto, reza e cantoria com os demais, as mãos do morto sobre o abdômen começaram a tremer enquanto a viúva imediatamente retirava as suas que estavam sobre as dele; em seguida, um som confundindo-se com o canto dos presentes, começou a tocar alto, vindo da urna que já descia na cova, imediatamente ao sepultamento. Todos pararam de chorar, arregalaram os olhos e saíram em desabalada carreira, atropelando-se uns aos outros, exceto dona Judite, a viúva que desmaiou no local. O padre, embora lívido com o acontecido, respirou fundo e pediu calma, e embora o som perdurasse, a mulher voltou a si e já sob a calma de todos, lembrou que havia esquecido o celular ligado no bolso do paletó do falecido pouco antes de o vestirem, uma vez que ali era guardado todos os dias.
Não é preciso dizer que o funeral foi concluído sob discretos sorrisos de uns e altas risadas de outros. Sem pensar nos comentários e burburinhos que a cômica situação causara.
CONCLUSÃO:
Cuida de te inteirar de que tua presença e o que vier de teu vaso corpóreo, só será aceito por todos, enquanto estiveres respirando.
Autora: Sônia Lúcia
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