quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"AS SONÂMBULAS"

                                          Resultado de imagem para as sonâmbulos
"Na cidade onde nasci, viviam uma mulher e sua filha; e ambas eram sonâmbulas.
  Uma noite, quando o silêncio envolvia o mundo, a mulher e a filha, caminhando a dormir, encontraram-se no seu jardim, meio velado pela neblina.
  E a mãe falou: "Por fim, minha amiga! Aquela por quem minha juventude foi destroçada, que construiu sua vida sobre as ruínas da minha! Pudesse eu matá-la." 
  E a filha falou: "Ó odiosa mulher, velha e egoísta, que se antepõe dentre mim e meu Eu livre! Que gostaria de fazer de minha vida um eco de sua vida fanada! Quem dera estivesse morta!"
  Nesse momento, um galo cantou, e ambas as mulheres acordaram. A mãe perguntou ternamente: "És tu, querida?" E a filha respondeu ternamente: "Sim, querida."

"Todo grande homem que conheci tinha alguma coisa pequena em sua formação; e era essa coisa pequena que impedia a inatividade ou a loucura ou o suicídio."

        Da obra PARÁBOLAS (GIBRAN KHALIL GIBRAN)- Tradução e Apresentação de MANSOUR CHALLITA (1976)
       
Imagem do Google

domingo, 7 de agosto de 2016

"A SALVAÇÃO INESPERADA - DA FÉ"




"Num país europeu, certa tarde muito chuvosa,um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com muito sentimento, a oração dominical.
O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem atenção e socorro.
Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo.
Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar.
O trem fora salvo, milagrosamente.
Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão, um grande morcego agonizante. O enorme voador batera as asas à frente de um farol, em forma de dois braços agitados, e caíra sobre as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-os aos passageiros assombrados, e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali, mesmo, ajoelhou-se, perante o morcego que acabava de morrer, exclamando em alta voz a oração do Pai Nosso.
Quando acabou de orar, grande quietude reinava ali.
Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam também ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial que que lhes salvara a vida, por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas. E  até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhando a sublime oração."

  FONTE:
Francisco Cândido Xavier por diversos espíritos da obra "IDEIAS E ILUSTRAÇÕES" (FEB)

Imagem do Google

sexta-feira, 5 de agosto de 2016